"Break" Toutain, 2006
crisantemo

as horas, como esta, sem ponteiro,
sao horas de palavras sem ouvido,
sem nos, e sem costura e sem sentido...
e elas, nao as tenho no palheiro.

nao tenho as que funcionam como um dedo
e enxugam d'agua triste a seca fonte
nem que entre o peito e a lingua fazem ponte
... nao sei sua magia nem segredo.

nao pareco achar a tal palavra certa
(nas tantas que eu tenho aqui comigo)
que ha de refazer todo o desfeito...

mas se quiseres porta, tenhas esta:
encosta teu silencio no meu peito,
e lembra a esta dor que te molesta
que a morte nao eh premio nem castigo.